Total Overdose (Xbox, Playstation 2, PC)


Alguns jogos se perdem em meio ao hype da títulos mais badalados e outros permanecem ficando a sombra de títulos mais festejados, isso pode ser bom ou ruim. Todos sabemos da qualidade de Shadow of Rome, que ficou ofuscada pela divulgação da versão PS2 de Resident Evil 4 e por God of War, que também era sangrento. O excelente God Hand foi ofuscado pela atual geração, e Okami só pôde encontrar o brilho no Nintendo Wii, mesmo tendo feito bonito no PS2, ao menos para a imprensa. O título que vocês verão hoje, se enquadra nesse grupo de desconhecidos do grande público, mas… Será que ele também é bom como os jogos citados? É o que veremos.

Total Overdose
Produtora: Eidos Interactive
Plataformas: Xbox, Playstation 2, Microsoft Windows
Gênero: Ação

Durante uma investigação da CEA a um grande traficante conhecido como Papa Muerte, um agente acaba morrendo, os superiores suspeitam de overdose, mas o filho do agente, Tommy Cruz, pensa diferente e recomeça a investigação que seu pai estava fazendo… Porém, devido a um erro dele próprio, ele acaba sendo ferido, e para continuar seu trabalho, Tommy chama seu irmão gêmeo, Ramiro Cruz, que é basicamente o oposto do irmão. Ramiro tem que ao entrar no México, resolver a situação e terminar o serviço de seu pai, pegando Papa Muerte, e quem estiver no caminho, e assim, fazer jus ao apelido que ganha de seus inimigos, El Gringo Loco.

O jogo tem elementos de Sandbox, e Tiro em terceira pessoa. Você tem uma cidade para navegar, pode roubar carros e tudo mais, e tem diversas missões distribuídas pelo mapa. Mas aí temos as primeiras falhas do sistema do jogo, é obrigatório cumprir ao menos UMA missão aleatória para poder desbloquear a próxima missão da história, e mesmo tendo uma cidade para explorar, não há muito incentivo a isso, as missões paralelas não são muito atraentes em si (algumas, outras são levemente interessantes) e nem é necessário explorar o mapa para chegar as missões, basta pausar e ir no menú de missões para escolher, que você irá direto para o local.

Nos tiroteios, você tem um arsenal modesto que pode evoluir nas missões, além da barra de energia e stamina (necessária para os Spicy moves) que podem ser evoluídas com itens escondidos pela cidade (ou ganhos em missões). Um recurso que é uma boa sacada do jogo, é a câmera lenta nos saltos, que permite matar mais de um inimigo e ganhar energia extra ou outras coisas ao fazer mais combos.

Sim, o jogo tem combos, assim que você mata um inimigo, uma espécie de cronometro no mapa começa a rodar, e a cada inimigo que você mata, acrescenta um ponto no contador de combo e o cronometro retorna ao início, se ele chegar ao zero, finaliza o combo, dando bonus de pontuação.

Você tem diversos Spicy moves para fazer com o salto, saltando de lado, frente, fazendo um 180 em pleno ar (o jogo explica como), entre outras coisas que com certeza dão um ar mais cinematográfico ao jogo. Além desses Spicy Moves, há os loco moves, que são movimentos especiais, adquiridos no jogo, que ajudam muito em combates contra chefes ou aglomerações de inimigos, além de serem úteis para matar inimigos de longe.

A diversidade de comandos do jogo também pode atrapalhar um pouco, principalmente na versão PC, aonde a tecla do Loco Move é próxima do salto comum (não o em câmera lenta) (Left Ctrl e Left Shift são próximas), mas com um pouco de treino poderá pegar a prática. Outra coisa que o jogo tem de legal, são os Rewinds, que basicamente são divisores de vida do jogo, quando você morre, aperta um botão e a ação retornará a pouco antes de sua morte e você recuperará um pouco de energia. A quantidade de Rewinds é limitada, mas podem ser encontrados itens de Rewind durante as missões e pela cidade.

Graficamente não impressiona muito, apesar da estética mexicana predominante no jogo ser bem bacana, as cidades são simples e os modelos de personagens não impressionam muito, são medianos.

A parte sonora do jogo é o mais impressionante, temos boa música mexicana tocando, e os temas, tanto instrumentais quanto licenciados são ótimos, e ajudam a aclimatar o jogador, mostrando que ele está numa aventura cheia de tequila. A dublagem segue o mesmo tom, com cada dublador se saindo bem no papel, não é memorável, mas pelo menos ninguém ali fez feio.

Finalizando, Total Overdose é uma experiência boa, mas suas falhas acabaram por condená-lo ao esquecimento perante os gamers e a imprensa, mas acho que se Just Cause mereceu uma continuação, Total Overdose também deveria, as engines de hoje permitiriam que o jogo ganhasse uma boa segunda chance.

Nota: 7,2/10

Observação Pós-Review: Os personagens de Total Overdose também protagonizam Chili Con Carnage (PSP, 2007) que os utiliza (alguns) em uma história diferente

Just Cause (Multiplataforma)


O gênero Sandbox foi popularizado por GTA, mas… E quando a fórmula “seja um criminoso” fica cansativa? O que fazer? Existem outros diversos jogos que usam o sandbox de diversas maneiras, em Mercenaries (Lucas Arts/Pandemonium), a guerra na Coréia do Norte; Simpsons Hit & Run (Radical Entretaniment) conta uma engraçada história e Hulk: Ultimate Destruction (Radical Entretainment) é um dos melhores jogos de Super Heróis. A Eidos procurou se inspirar em uma história real (A operação Just Cause, ocorrida no Panamá em 1989) para criar um jogo que prometia uma imensa área para explorar. Assim surgiu Just Cause, em 2006, desenvolvido pelo Avalanche Studios. Será que Rico Gonzalez conseguiu seus objetivos de ao menos ser lembrado em uma imensidão de games do ps2?

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